sexta-feira, 29 de junho de 2012

Novos Tempos

Ontem, como estava sem tempo, em cima da hora de chegar na rádio (segundo emprego) devido uma enrevista que havia acabado de fazer com o delegado e portanto precisava comer algo rápido optei por uma lanchonete. Enquanto esperava ser atendida ouvi uma conversa entre uma trocadora de ônibus e uma atendente:
- Ahh mas você não tem jeito mesmo neh?!
- Ai amiga ele me liga toda hora! É muito certinho...
- E isso não é bom!?
- Ah, mulher gosta é de homem canalha, cachorro!
(fiquei espantada)
- hahahhahahaa
- É sério! Ele é certinho até demais. Não sai sem mim, me liga sempre, manda mensagens, já me apresentou a familia e amigos dele, passa o fim de semana sempre comgo, se propõe a me buscar no trabalho quando pode... Ele tem qualidades, é carinhoso, me trata bem, me respeita... Mas sei lá!
- E o que você queria então?
- Ah, um homem safado é sempre bom ne?! Quem não adora um 'cafa'?
- hahahahaha Só você mesmo! Tá saindo do trabalho ou vai pegar agora?
- Não, to saindo. Mas to aqui esperando 410 passar. hahahaha
- Ahhh 410 ne?!
- hahahahaa Não resisto. O motorista é um gato!
(Nisso, veio um ônibus - que não era o tal 410 - e a cobradora ao olhar para dentro do veículo resolveu embarcar, despedindo-se:
-Amiga vou nesse mesmo! Esse é bom tambem! hahaha
- Hahahaa Tchaau!

Enquanto comia entendi mais uma vez porque não se encontra "nenhum" homem que preste!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Certeza





Nunca saberemos até onde pode chegar a maldade humana até que alguem transceda os limites do acreditável e imaginável.
Vimos uma filha tramando e matando os proprios pais em nome da cobiça, da ganancia e do dinheiro.
Vimos uma mulher decepando e esquartejando o proprio marido, mesmo depois de ele ter dado tudo a ela e assumi-la como esposa tirando-a da prostituição. Vimos pais estuprando filhas, homens violentando crianças.

Pessoas se usando da fé alheia para enriquecer e até abusar de crianças, e tantas outras atrocidades.
Depois de conhecer pessoas que mentem olhando nos olhos, que finjem sentimento chorando discimuladamente, sinto que posso esperar tudo de qualquer pessoa, mas ainda me surpreendo com as novas noticias, relatos e histórias que chegam aos meus ouvidos. Na verdade torço pra que seja sempre assim. Temo o dia em que não me causar espanto tantas atrocidaes e o grau de violência a que as pessoas são capazes.

Temo que a chama que me mantém viva se apague. No dia em que não me comover mais com as histórias, não me assustar mais com certas situações, certamente olharei no espelho e não me reconhecerei mais.
O ser humano pode se adaptar e acostumar com a maioria das circunstancias, mas espero nunca me acostumar em ver trajedias - mesmo e especialmente estando proxima a boa parte delas devido a minha profissão. Assassinatos não podem ser vistos com naturalidade. A maldade não pode ser aceita como uma condição humana; porque não é.

Ainda que eu carregue o peso de todas as dores do mundo, ainda que pese, que doa, que machuque e canse, nao posso me conformar. É por isso que eu luto. Viver sem ideais é impossivel. Deve haver mais do que compras, roupas, beleza, baladas... Viver trabalhando com intuito de garantir o proprio sustento ou dinheiro, viver apenas de baladas e noites que sempre terminam e quase nunca deixam nada relevante, viver pra encontrar alguém que some e complete, se casar, ter filhos e morrer me parece tão fútil, tão pouco, tão pequeno. Tenho sonhos maiores... aspirações maiores e ao mesmo tempo 'menores', talvez.

Meu trabalho gira em torno do que acredito, além do salário no fim do mês. Aliás, se trabalhasse pelo salário apenas, teria escolhido outra profissão. As vezes, quase sempre, é cansativo ser jornalista - especialmente da editoria policial. Ver gente morta, assassinada, ouir relatos de mãe de traficantes, de mulheres que perdem seus filhos e maridos ou os vêem presos e sendo transferidos não é fácil.
Olhar na cara de estupradores, de pedófilos, ver a fragilidade das crianças vítimas dessas mostruosidades e presenciar pessoalmente o estrago causado por esses crimes não é nada fácil.

Presenciar mulheres vítimas de suas proprias escolhas, do mau caratismo e covardia de seus namorados e maridos; vê-las chegando com hematomas no rosto, no corpo, na alma depois de uma agressão; presenciar o limite da possessividade  e o nivel de obsessão, de egoísmo que resulta em crimes passionais; ver filhos que perdem suas mães assassinadas e seus pais por serem presos... não é facil.
Todavia, cada escolha tem sua abdicação e consequencia. Não há como fugir disso.

Já me disseram que a sociedade não merece meu esforço, meu sofrimento, minhas lagrimas, meu trabalho. Que as pessoas não se importam se alguém é assassinado, se há pessoas se drogando e outras ganhando dinheiro as custas do vício alheio, querem apenas satisfazer sua curiosidade. Mas não consgo fazer o básico, o simples, o pouco se há possibilidade de fazer mais, bem feito e direito. 
E ainda que seja verdade, que muitos só saibam criticar sem sequer ter idéia do trabalho, do esforço, da dificuldade; ainda que nignuém se importe, eu me importo.

Ainda que não mereçam minhas crises de gastrite nervosa, minhas preocupações, sacrifícios... Ainda assim eu me importo. Se alguém além das familias afetadas não se importa e faz de uma vítima apenas estatística, eu me importo, ainda que isso não faça diferença. Não é apenas escrever matérias, é informar, trazer a tona. Forma de cobrança, maneira de dizer que há alguém vendo, que não são apenas corpos; são pessoas.

Por isso jamais vou me conformar ou acostumar. Ainda que veja milhares de assassinados, ouça diversas histórias de atrocidades, nunca quero deixar de me sensibilizar ou importar.
Talvez isso seja Amar. Não só amor pela profissão que escolhi - ou melhor, que fui destinada a exercer, mas às pessoas, ainda que não tenha as conhecido ou convivido com elas.

E quando me perguntarem "porque",  é o que poderei dizer. "A troco de que?!" Talvez não tenha resposta imediata, mas não teria sentido estar viva se não fossem os ideiais que carrego, essa é uma certeza.   



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Bom mesmo é achar Graça!


Recebi este texto por email e achei fantástico! Não consegui parar de rir, então resolvi postar para que mais pessoas - mulheres principalmente- possam, assim como eu, chorar litros de tanto rir:


Relatos da Primeira Depilação





"Tenta sim. Vai ficar lindo..."

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez qu...ilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos m...e avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
 
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de "Calígula" com "O albergue".
 
Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.
 
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo.
De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
 
- Quer bem cavada?
- .é... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma esp átula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
 
- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
- Tudo ótimo. E você?
 
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo.
"Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra
quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la.
Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá? Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.

Foram dois segundos de choque extremo: "Baixe a calcinha".... como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
 
- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.
Namorar...namorar?!... eu estava com sede de vingança.
 Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.
Mas eu ainda estou na luta...
Fica a minha singela homenagem para nós mulheres!

>  (TEXTO DE VALERIA SEMERARO)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Desabafo


Odeio hipocrisia. Gente hipócrita me irrita.
Detesto gente que finje que se importa, que age na base da conveniência. Gente que jura amor como se diz 'oi' e faz tudo parecer tão pequeno, tão futil.
Odeio quem se apaixona por duas, três, quatro pessoas ao mesmo tempo e acha que isso é possivel e não se dá conta de que isso apenas denota que não se tem a minima ideia do que se quer.
Odeio quem se faz de intelectual...pior, quem pensa que é sem ser.
Ultimamente tenho estado tão sem paciência que tem sido muito mais fácil me distanciar do mundo do que ser compreensiva com suas mazelas.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Love is in the air?!



Dia dos namorados...
Dia inspirador para voltar a escrever nao é?!
Ahnn...  talvez nem tanto assim.

Não farei criticas, analogias ou comparações. Nem pretendo autoafirmar e levantar a bandeira dos '365 outros dias', como solteira convicta.
O fato é que realmente tem me assustado certas circunstancias e acontecimentos. O dia dos Namorados é apenas uma data comerciável, que deveria ser vista apenas como um dia a mais para se comemorar o amor, e não como "o" dia para tanto.
Namorados deveriam fazer de todos os dias especiais ainda que e especialmente na simplicidade.

Nos ultimos dias tenho visto pessoas desesperadadas, quase que pendurando placas no pescoço de "aluga-se para o dia dos namorados", ou pregando um letreiro piscante em suas portas com "Disponivel" , ou "Ha vaga".
Fácil ver nas redes sociais os status de relacionamento mudando de "solteiro" para "em relacionamento sério".
Quantos 'exs', admiradores, falecidos, suicidados, assassinados ressussitaram na ultima semana com SMS, telefonemas, mensagens ....?!
Será a inspiradora magia do amor "love is in the air" ?! Ou será que todas aquelas pessoas que disperdiçaram suas oportunidades foram tocadas pelo brilho especial dos dia dos namorados, das propagandas melosas e vitrines repletas de corações?!
Eu duvido.

A questão que muitos ainda não entenderam é que Namorar vai muito além de beijo, de sexo, de um dia pra ficar junto, de presentes, cartões, jantares, e programas a dois. Namorar requer empenho, cumplicidade, respeito, lealdade, amizade, confiança, abdicações, partilha. E não é sempre fácil conviver. Assim como a rosa tem a delicadeza e os espinhos, belezas que dão juntas. Não é fracasso ficar sozinho. É apenas mais um dia. Talvez por essa ânsia de querer, de almejar ser igual, por ceder a toda a pressão da sociedade é que muitos relacionamentos caiam num abismo, porque na verdade, já começaram num erro.
Basta a reflexão. Reflita. E AME sempre, todos. Sem mais.